RSS ajuda na transparência ativa? Como recomendar seu uso nos portais gov.br?

Monitorar a publicação de editais (e similares) nos sites do governo é uma tarefa chata, morosa e propensa a erro. Muitas empresas até pagam para que terceiros o façam.

Aparentemente o “padrão” RSS, Really Simple Syndication não foi recomendado pelo nosso ePING… Ainda assim nunca é tarde sugerir: seria uma solução para automatizar e/ou simplificar essa tarefa chata de conferir todos os dias um determinado site do governo.

Acredito que Diários Oficiais e todos os demais sites e portais de universidades, etc. do gov.br — que publicam edtais, licitações, etc. de interesse público —, deveriam ofertar RSS como recurso de transparência ativa e de “apoio ao ser humano”.


Será que realmente seria uma boa ideia recomendar que portais .gov.br ofereçam RSS? e qual seria o padrão a recomendar, JSON Feed, RSS 2.0, Atom?

  (pessoalmente acredito que possam ser recomendados bons formatos e um validador)

Alguém conhece recomendações ou iniciativas felizes de uso do “padrão” RSS em sites do governo?


Notas e exemplos

Não se trata apenas de “notícias financeiras”, editais possuem as mais diversas finalidades… O apoio ao ser humano fica nítido em cenários como por exemplo de um aluno de faculdade que deseja realizar transferência de curso, e a secretaria da faculdade diz que ele precisa “acompanhar os editais”, ou seja, entrar e ler todos os dias aquele site chato.
Se o portal oferece RSS o aluno tem um recurso de automação de alta confiabilidade para conferir notícias de certa categoria ou apresentando a palavra-chave “edital”.

O registro formal (preservação digital) de RSS quando sistemático também pode ser importante como prova jurídica: se no histórico de RSSs monitorados pelo público não apareceu o edital, significa que não foi publicado ou amplamente divulgado, portanto não houve transparência. Ou vice-versa: o órgão publico pode usar o monitoramento externo do seu RSS como prova complementar de que foi transparente.

Do ponto de vista tecnológico, um importante avanço e aparente tendência é o
RDF Site Summary”, uma variante do RSS mais orientada à Web Semântica.

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Olá, Peter!

Acho uma excelente ideia. Há muitos anos atrás, enquanto os feed RSS e Atom estavam em alta, no auge dos blogs, cheguei a sugerir informalmente algo semelhante na então SLTI.

Entretanto, hoje, mesmo fora do setor público, infelizmente a tendência tem sido a concentração de conteúdo em plataformas de empresas gigantes, onde a atenção das pessoas é monetizada e os seus dados minerados para garantir o máximo de lucro. Nesse cenário, a web aberta e os padrões abertos como RSS e Atom perderam espaço.

Na minha opinião, deveriam voltar. Eu inclusive ainda escrevo um blog que tem feed Atom, e não uso as redes sociais das Big Tech e sim redes livres e descentralizadas, como Mastodon, Matrix, etc. Mas é muito difícil convencer as pessoas do contrário, pois o alcance dessas redes é bem menor e as pessoas estão habituadas com as grandes redes (assim como são habituadas com software proprietário, Windows ou MacOS, por exemplo).

Já quanto à questão da padronização, já há alguns anos ela não tem sido priorizada no governo. Faça um pedido de acesso à informação para perguntar quantas pessoas trabalham com a atualização da e-PING e você vai entender. Os padrões técnicos abertos não têm sido uma forte preocupação na implementação da chamada transformação digital. Não tem menção a elas nos documentos de planejamento, não tem metas traçadas a serem alcançadas, etc.

Você pode sugerir a inclusão desses padrões na e-PING e depois cobrar que eles sejam utilizados. E na consulta pública do próximo Plano de Dados Abertos do Ministério da Economia sugerir o seu uso na divulgação dos editais. A ideia é excelente e os benefícios para a transparência, eficiência efetividade e economicidade são claros.

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